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18 de out. de 2012

Entrevista com a coordenadora Simone Bertoldo

Entrevista com a coordenadora Simone Bertoldo


1) Quando a senhora decidiu que queria trabalhar no ramo da educação?
Na verdade eu não decidi, fui decidida. Fui convidada para trabalhar no Marlene por uma colega que trabalhava aqui, gostei e fiquei.



2)
Quais são as principais tarefas de uma coordenadora?
Cuidar do fluxo dos alunos em relação à presença, verificar todo o processo pedagógico de aprendizagem, todo o processo de curriculum, ou seja, como são montadas as disciplinas, o que vão aprender durante todos os anos de escolaridade, avaliar como os professores desenvolvem as atividades, elaborar as avaliações bimestrais, coordenar o conselho de classe e verificar o processo de aprendizagem dos alunos e professores.

3)
Como é coordenar uma escola como o Marlene Camargo?
É difícil, pois é uma escola com muitas salas de aula, com 1.568 alunos regulares e 800 alunos do Centro de Línguas. Apesar de ser difícil em relação à quantidade, é fácil pois a maioria dos alunos são educados, são pessoas adequadas que vem para a escola com o intuito de estudar, os que não estudam, logo percebem que os demais estão fazendo e se interessam. Então, é uma escola bem tranquila.

4) Apartar brigas de alguns alunos, fazer com que todos usem uniforme, organizar passeios e apresentações... Como a senhora lida com tudo isso?
Eu tento fazer um cronograma para não me perder, pois são muitas salas e muitos alunos. Este cronograma é seguido com muita atenção e a supervisão quanto ao uniforme, materiais, é pertinente para que a escola ande adequadamente.

5) Sabemos que todas as escolas possuem problemas de educação ou infraestrutura. Em sua opinião qual é o principal problema que atualmente atinge o Marlene?
A falta da participação da família na escolaridade dos filhos. Se os pais participassem mais da educação dos filhos nós teríamos menos problemas. Também percebi há alguns anos que muitas crianças não são bem alimentadas na primeira infância, do 0 aos 3 anos de idade. Se as crianças não são bem alimentadas nesta idade elas vão desenvolver uma grande dificuldade na aprendizagem que vão carregar pelo resto de suas vidas! As crianças mais carentes tiveram este problema, pois os pais trabalhavam e deixavam as crianças com familiares ou creches que não ofereciam devido suporte. Crianças da Quinta Série chegam com grandes dificuldades. A mudança econômica que houve no Brasil e no mundo, em que a mãe saiu para se tornar a ‘mulher trabalhadora’, fez com que os filhos tivessem mais dificuldades na escola.

6) O que seria necessário para acabar com este problema?
É impossível acabar com este problema, porém, seria ideal que as famílias fossem compostas apenas de pai, mãe e filhos. A mãe poderia trabalhar, mas não em período integral, pelo o menos nos primeiros anos de vida dos filhos. Pois deixar as crianças em mercê de creches sem estrutura irá causar problemas eternos! E isso é crescente, lembro que quando vim trabalhar no Marlene era outra realidade. Hoje tenho alunos chegando à escola cada vez mais fracos, com menos potencial e vejo que o problema é a estrutura familiar, o problema não está dentro da escola e sim fora dela. Aqui dentro, podemos amenizar esta realidade, porém fora daqui os pais precisam trabalhar e estas crianças são cuidadas de forma irregular.

7)
O que a senhora diria para pais de novos alunos em relação à educação e aprendizagem que o Marlene oferece?
Que a participação dos pais na educação dos filhos é fundamental, sem esta parceria não vamos vencer a ‘guerra’!.

8) O que a senhora está achando do projeto Jovem de Futuro?
É um projeto fundamental para o desenvolvimento de alunos com diferentes potenciais. O projeto trabalha não só conteúdo acadêmico, também trabalha competência, habilidades, desenvolvimento de atividades nas múltiplas disciplinas e o empreendedorismo, ou seja, muitos alunos que não são bons academicamente se dão muito bem em apresentações e isso mostra que a escola não utiliza só o papel e a caneta, mas tudo é um conjunto. Sempre fui a favor de projetos que fazem com que os alunos mostrem verdadeiramente o seu potencial e desenvolvem isso durante todo o ano, então esse projeto vai dar muito certo!

9) Em sua opinião o interesse dos alunos aumentou com a vinda do projeto para a escola? Quais foram às mudanças?
Há anos temos um projeto que é uma gincana. Nos últimos dois anos não pudemos desenvolver este projeto, mas já havíamos percebido que os alunos se desenvolvem, se interessam, desenvolvem um afeto maior pela escola participando desta gincana. Eu acredito que como o projeto Jovem de Futuro tem o mesmo perfil da gincana os alunos vão mudar. Já vemos uma grande mudança na participação deles, mas ao longo destes três anos de projeto acredito que haverá uma melhora bastante significativa.

10) Quais são os seus hobbies favoritos?
 O que eu mais gosto de fazer é viajar e ler.


11)
Uma frase que te inspire?
A educação é o bem maior que irá nos oferecer uma vida melhor, mais próspera, mais coletiva e que nos faz ser pessoas melhores.

12)
Simone por Simone.
Nossa... Sou brava, autoritária, tento fazer o máximo de bem e o mínimo de mal para as pessoas. Apesar de não parecer, sou uma pessoa muito religiosa, sou viciada em trabalho e gosto muito de trabalhar. Amo muito os alunos, trabalho aqui há dezesseis anos e o Marlene é a minha escola favorita. Sou uma pessoa muito realizada e apesar de brava, sou feliz (risos).

Amanda Rodrigues e Jonathan Olavo

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