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20 de nov. de 2012

Do rádio para o mundo


Do rádio para o mundo

O rádio parece estar cada vez mais perdendo espaço para a revolução que a nova tecnologia de informação trouxe às nossas vidas. Assistir futebol em televisores de alta definição, 3D, LED, 60 polegadas, parece algo mágico e sem limites ao passo em que o futebol brasileiro continua sendo palco de grandes jogadores, seja esta, na revelação de novas jóias ou na aposta de atletas já consagrados. Ronaldinho Gaúcho, Luis Fabiano, Fred, Neymar, Lucas, Zé Roberto, Rogério Ceni todos ao nosso alcance, ao nosso olhar. Entretanto, ainda há quem prefira sentir as emoções de uma boa partida de futebol por este meio antigo e, hoje, desvalorizado.

 
O soco no ar, comemoração de Neymar no seu primeiro gol profissional no Santos
Foi pelo rádio, em 2009, ao ouvir santos e Mogi Mirim em partida válida pelo campeonato paulista, que escutei a narração do primeiro gol profissional deste que seria, futuramente, um dos maiores craques da história santista: Neymar da Silva Santos Junior. No alto dos seus 17 anos, promessa da vila, Neymar marcou o seu primeiro tento, e eu, ouvindo pelo rádio, comemorei absurdamente como se soubesse a importância que ele teria para o Santos dali para frente. Senti uma emoção tamanha. Só no dia seguinte que eu pude ver pela televisão o seu gol. Era um menino franzinho, magro, cabelos curtos ainda, foi um gol simples - de cabeça - e com uma comemoração grandiosa, de craque, de rei! Comemorou ala Pelé!
 
Um primeiro gol que entrou para a história de Neymar, e, principalmente, para a do Santos Futebol Clube, marcando uma nova geração de meninos da vila. A emoção que senti ao ouvir o primeiro gol de Neymar, se antes não tinha explicação, hoje faz todo sentido. Um protagonista que se destaca não apenas na marcação de gols, mas também nas belas jogadas, nos dribles, nos passes, no futebol arte. Acompanhei as excepcionais partidas de Neymar nas narrações do rádio, e foram muitos outros gols que me emocionaram, assim como no seu primeiro. Inesquecível a paradinha na cobrança de pênalti em cima de Rogério ceni do São Paulo, na semifinal do campeonato paulista em 2010 e, mais inesquecível ainda, o gol contra o Flamengo no campeonato brasileiro do ano passado considerado pela FIFA, no prêmio Puskas, o mais bonito do mundo.

De filé de Borboleta e monstro à unânime. Unanimidade é o que diferencia o Neymar dos outros anos - do começo da sua carreira - para os dias de hoje. O seu futebol não mudou, continua alegre, moleque, envolvente e de muita qualidade, porém, muito mais responsável; espetacular! Impressionante, com apenas 20 anos de idade, já conquistou o Brasil e o mundo e, pela terceira vez consecutiva, concorre ao prêmio Puskas de gol mais bonito do mundo. Desta vez pelo gol marcado contra o Internacional em Março na fase de grupos da libertadores. Novamente eu ouvi seu tento pelo rádio e, confesso, a emoção que senti diante da narração do locutor, é inenarrável. No entanto, à altura da obra de arte feita por Neymar.

Veja o gol com a narração de Ulisses Costa, da rádio Bandeirantes - é de se arrepiar:




Gol de gênio. Uma pintura que ainda podemos ver e presenciar no nosso país, quanta honra!

Neymar não é apenas o meu ídolo, mas de uma nação apaixonada por futebol. Em particular, uma paixão que começou no rádio, com o seu primeiro gol. O rádio, por sinal, continua meu companheiro nos jogos do Santos, mas sempre que possível, prefiro assistir o Santos pela televisão, ou pela internet, afinal, a qualquer momento mais uma pintura pode ser assinada com o nome de Neymar.


*Prêmio Puskas 2012, vote:



Gabriela Ribeiro Rodrigues

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