Foi
acompanhando o Neto dos meus padrinhos, o Matheus, em um dos seus treinos na
Quadra DUNGA, que eu conheci o Técnico do União Mauá Futsal, Eder Roberto, e
uma das suas atletas, a Graziele, que surgiu a idéia para essa incrível
entrevista que eu gostaria a partir de agora divulgar a todos vocês que
acompanham este blog.
Eder
Roberto, 52 anos, é técnico desde os seus 19, há exatos 33 anos. Ele é o
técnico do União Mauá Futsal há 2 meses, e o presidente/ técnico do instituto
R.E.D.E. Futsal feminino (Rede de Educação e Desenvolvimento Esportivo), onde
trabalha além de outras meninas, com a nossa também entrevistada Graziele, que
é treinada por ele desde meados de 2008.
A batalha
dessas meninas que enfrentam entre todas as outras dificuldades decorrentes, a
pior delas, o preconceito, não é nada Fácil. E é o que o Técnico Eder Roberto
vai nos contar agora, além disso, ele também vai falar sobre a busca pelo
reconhecimento e apoio não só dos pais, familiares e amigos mais de pessoas que
possam investir e ajudar na carreira dessas meninas, que tem muito potencial e
estrela para que possam brilhar não só no esporte, mas na vida.
Gabriela Ribeiro:
Primeiramente eu gostaria que você falasse um pouco sobre o seu trabalho
treinando essas meninas do futsal aqui na quadra DUNGA.
Eder Roberto: O trabalho no Dunga na verdade não tem nada a ver
com o futsal feminino, ali é um espaço de terça e quinta que o União Mauá
futsal alugou para que eu forme atletas de 6 a 15 anos para os times principais do União
para disputa do Campeonato Paulista de Futsal Masculino. Elas
só estão ali por enquanto, pois estou estes dias treinando-as para o 56º Jogos
Regionais que esta acontecendo em Santo André , nós vamos defender o Futsal Feminino
pela nossa cidade, Mauá. A partir da semana que vem
(Referente à semana que se inicia no dia 08/07) vou ter que procurar um espaço
para dar prosseguimento ao trabalho com elas.
Gabriela Ribeiro: Quantas das meninas que você
treina você acredita que tem
estrela e potencial, mas que por falta de incentivos e patrocínios, acabam
levando os treinos apenas como diversão, consequentemente desistindo do sonho
de se tornarem jogadoras profissionais?
Eder Roberto: Nossos
treinos geralmente são de finais de semana, recebo muitas meninas para treinar,
meninas que já tem jogabilidade natural e meninas que nunca chutaram uma bola
sequer, não descarto ninguém, pois DEUS me deu um dom excelente de transformar
pessoas ociosas em atletas de alto nível. Muitas que passam ou já fizeram parte
deste trabalho tiverem condições sim de fazer testes em clubes e continuar a
carreira, mais tiveram seus sonhos cortados em virtude da família não
concordar, ou namorado, ou precisar trabalhar para ajudar a família e largar os
treinamentos. Incentivos para que elas
continuem por mais que eu busque não existe.
Gabriela Ribeiro:
Como é para você, um treinador
experiente, lidar com os sonhos dessas meninas?
Eder Roberto: É maravilhoso poder trabalhar
com elas, a maioria delas me considera como um pai, algumas tem esta carência
de ter um orientador para estar ajudando nos momentos difíceis da vida, meu
trabalho não visa apenas o futebol e sim também a formação de caráter de meus
atletas, independentemente, se vão ser profissionais ou não, DEUS, Pátria e
principalmente a Família são foco de minhas preleções, formado como orientador
do D.E.N.A.R.C. Departamento de Narcóticos do Estado de São Paulo, trabalho
como orientador a prevenção do uso de Drogas, o que infelizmente não esta fácil
nos dias de hoje, visto que o apelo ao uso através da mídia é grande. Mas
graças a Deus as meninas que estão comigo, entendem bem que o Esporte nos
afasta das Drogas. (bebidas alcoólicas, e outros).
Gostaria de realizar o sonho de minhas atletas mais infelizmente falta
apoio de todos os lados.
Graziele da Silva Rodrigues, 19, é uma das alunas do Treinador Eder
Roberto, e como já dito, treina com ele há mais ou menos quatro anos, desde
2008. Ela é a Capitã do time de futsal feminino que vai representar o município
de Mauá no 56º jogos regionais de Santo André, e atua, na “língua” do futsal,
como Fixa, mais como ela mesmo me diz, também podemos a chamar de zagueira.
Graziele já participou de muitos campeonatos e é com muito orgulho que ela me
diz isso. E ninguém melhor do que ela para nos dizer como é ser jogadora
feminina de Futsal nos dias de hoje, e como é enfrentar os preconceitos que
atrapalham a vida de muitas meninas.
Gabriela Ribeiro:
Como surgiu o seu interesse pelo futebol e em seguida, pelo Futsal?
Graziele:
Desde que eu sou pequena eu já gostava de futebol. Eu sempre tive vontade e
determinação para jogar. Tudo o que eu via pela frente eu queria chutar, e foi
numa dessas que surgiu meu interesse.
Gabriela Ribeiro: Quais são as suas pretensões
estando treinando com o seu Técnico Eder Roberto? É somente uma diversão ou
você leva isso realmente a sério?
Graziele: Na verdade eu pretendo seguir em frente,
continuar treinando, e ver se é o que eu realmente quero. Preciso saber também, se vai me dar um
retorno, pois sonho sobreviver do Futsal.
Desde o início, quando eu comecei a treinar com o meu técnico Eder, que
o Futsal deixou de ser uma diversão para mim, eu levo isso realmente a sério.
Gabriela Ribeiro:
Você acredita que mesmo tendo jogadoras de futebol famosas, assim como a nossa
brasileiríssima Marta, eleita cinco vezes consecutivas a melhor jogadora de
futebol do mundo, ainda assim existem preconceitos quanto ao futebol e Futsal
feminino?
Graziele:
Esse preconceito parece não acabar nunca. O Futsal feminino é pouco visto e
muito julgado, principalmente por pessoas que nem entendem, mas que julgam do
mesmo jeito, sem antes saberem o que o futsal representa para essas meninas.
Gabriela Ribeiro:
Até nos dias de Hoje, infelizmente, o futebol/Futsal é visto como um esporte de
Homens. Até que ponto essa visão machista impede garotas como você, prosseguir
e investir na carreira de jogadoras profissionais?
Graziele: Existe
bastante preconceito. A mulher que joga futebol e também futsal é vista como
uma “Maria-Macho”; às vezes a família também não apóia muito; e faltam
oportunidades tudo devido ao preconceito. Uma coisa que eu vejo também e que em
minha opinião ajuda para esse impedimento, é que a maioria das meninas que eu
conheço e que jogam gosta do mesmo sexo, e isso também contribui para o
preconceito.
Gabriela Ribeiro:
As mulheres enfrentam outros tipos de desafios, um deles é a falta de
investimentos e patrocínios que possam investir e alavancar a carreira dessas
meninas. Quais são as conseqüências desse tipo de barreira?
Graziele:
A falta de patrocínios e pessoas que invistam na carreira impede outras coisas,
como a falta de um material para que haja prosseguimento no trabalho, e a
estrutura, que é importante para o investimento.
Gabriela Ribeiro:
Por outro lado, também é importante o apoio dos pais e familiares. Você recebe
apoio e incentivos?
Graziele:
No começo eu não tive apoio da minha mãe, porque ela teve certo preconceito.
Porém eu não desisti e continuei os treinamentos. E ela viu que era realmente o
que eu queria pra minha vida. E depois desse tempo, ela começou a me apoiar,
incentivar e assistir aos meus jogos.
Gabriela Ribeiro:
Para encerrarmos a entrevista gostaria que vocês deixassem um recado para as meninas que pensam e sonham se
tornarem jogadoras não só de futsal, mas de futebol também; ou até para as
meninas que querem apenas treinar. Afinal, nada melhor que a experiência de
ambos, para incentivar essas meninas que por falta de coragem e apoio, acabam
desistindo.
EDER ROBERTO: “Busquem seus
objetivos seus sonhos e o que nos mantém vivos, acredite que apesar de toda
dificuldade você conseguirá seus objetivos e realizará seus sonhos, o R.E.D.E.
Futsal Feminino esta de portas abertas para receber você garota que quer
aprender o futsal, não olhe para os preconceitos, não ligue para aqueles que
dizem que você tem que ser “Maria-homem” para jogar futsal, isto é preconceito, o
R.E.D.E. Futsal Feminino não faz distinção de credo, raça, cor ou outra coisa
que possa fazer você ser feliz fazendo o que gosta. Existe uma canção que diz:
"Acredite é hora de vencer, ESTA FORÇA VEM DENTRO DE VOCÊ... Você pode
até tocar
os Céus se crer... Campeão vencedor DEUS das asas faz
teu voou...”.
Um beijão a todos. Treinador Eder Roberto M. de Morais
GRAZIELE: “Nunca desistam, tenham força de vontade,
determinação e garra, para que possam chegar lá na frente e dizer: Lutei,
ganhei e venci.”
Quero deixar aqui, os meus
agradecimentos ao treinador Eder Roberto e também a Graziele, que me receberam
muito bem e me apoiaram na realização dessa entrevista.
E para vocês, meninos e meninas, que
se sentiram motivados (as) e incentivados (as) a praticar o futsal com o
treinador Eder Roberto, entre contato com ele nos seguintes meios:
CELULAR (TIM): 70341895
CELULAR (VIVO):
71469505
FACEBOOK: “Eder Roberto”
“O
esporte pode transformar uma sociedade, e o sonho de muitos jovens, e é
exatamente neste tema que eu tenho o prazer de estar trabalhando aqui no blog.
É triste saber que o esporte possa ser alvo de preconceitos, onde por muitas
vezes mulheres são as excluídas. Mas nesta entrevista eu procurei além tudo,
ressaltar que as mulheres podem sim, fazer as mesmas coisas que o homem. Então
meninas, não tenham medo, tenham coragem e determinação, pois desta maneira
muitas barreiras serão quebradas” _
Gabriela
Ribeiro Rodrigues
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