O Blues e Seus Primórdios
Guitarra, piano, harmônica, gaita, saxofone, trompete e trombone, foram as principais equações que os negros procuraram para mondar um apanhado de influências do século XIX em diante.
Criado pelos africanos, o Blues surgiu nos Estados Unidos pelos camponeses e escravos nas redondezas do Alabama, Mississipi, Lousiana e Georgia. Eles tinham a música para esquecer os problemas do dia-a-dia para derramar lágrimas de alegria nas plantações de algodão, que dias mais tarde foi batizado de "Work Songs" (Canções do Trabalho), que falavam sobre assuntos voltados para a religião, amor, traição e trabalho. Desde então, como consolo, abraçou os seus instrumentos feitos de madeira nas jornadas de trabalho. Depois da Guerra Civil, o Blues passou a ter mais valor para aquele povo. Por meio das letras, eles expressavam o estado de espírito da população afro-americana.
"O Blues não é nada, além de um homem bom se sentindo mal" - essa foi a simpática conclusão que o personagem Willie Brown, do filme Encruzilhada, concedeu para o mundo. Popularizado no século XX, o Blues,também conhecido de "demônios azuis" , foi crescendo no final de 1900. O gênero, que vai desde de letras melancólicas, ritmos sensuais, sentimentais e até dançantes, retribuiu a sua música quando o Jazz, Rhythm And Blues, Rock N' Roll, Country e a Soul-Music surgiram. Inclusive, ajudou a influenciar, também, a música pop e a música clássica moderna.
Em meados dos anos 40, a população negra chegou a tona em Chicago, que deu uma grande chance de conhecer diversos caminhos dentro da música. Um dos grandes nomes dessa geração foi Muddy Waters, o primeiro a ligar energia no seu instrumento. Com um Blues bem pulsante e cadenciado, Mudy Waters, na maioria das vezes, é uma das principais referencias do Blues Americano ao lado de Robert Johnson e, também, de Willie Dixon, o "poeta do blues". Ao lados desses músicos, um Bluesman que passou por despercebido e que não teve grande destaque foi Howlin' Wolf. A sua maneira de cantar roucamente - além lado da sua guitarra e gaita -, elevou futuros músicos a outros patamares, como Eric Clapton, Jeff Beck e Steve Ray Vaughan, que ao lado de Willie Dixon cedeu memoráveis canções: The Little Red Rooster e Howlin' For My Baby. A guitarra elétrica foi um material gigantesco dentro do blues, e não teve ninguém outro que tratou tão bem o instrumento dentro do blues quanto B.B. King, para muitos o rei do gênero. A lenda viva tem o seu jogo praticamente ganho. É impossível a pessoa não ser hipnotizada através dos seus fraseados solos, que cada melodia é como se fosse um canto saindo das cordas de sua guitarra. Etta James - a dama do gênero -, se consagrou com sua voz potente de cair o queixo. Não tem como ficar excitado ao som de At Last, All I Could Do Was Cry e Trust in Me.
Uma revolução começava nos anos 60. onde o blues britânico uniu forças com o Rock; e eis que surgi o mestre Chuck Berry para formar um casal inseparável: Blues Rock, com seu estilo único de tocar Rock N' Roll. Bandas como Rolling Stones, Yarbirds, Cream, Fleetwood Mac e Led Zeppelin chegaram homenagear seus ídolos através da música e de nomes, já que Rollin' Stone é título de uma canção do Muddy Waters. Com elementos eletrônicos e aera-discos - predominante estilo musical -, se resumiu há clássicos do passado. O texano Steve Ray Vaughan, em meados de 80, ressuscitou o Blues novamente. Amante da forma de expressão dos negros, juntou a sua grande influencia do "Guitar Hero" Jimi Hendrix e revolucionou o gênero, com acordes e solos imortalizados nas canções Texas Flood e Pride And Joy. Depois da sua prematura morte, os músicos daquela época tentaram colocar o Blues no seu devido lugar, mas só que nenhum conseguiu e o estilo passou a ser contado através nos cinemas.
O filme Cadilac Records - onde a cantora Beyonce interpreta a cantora Etta James -, é um ótimo documento para quem quer ter um profundo conhecimento do gênero. Ele reflete muito bem a vida dos bluesístas de Chicago, como Muddy Waters, Howlin' Wolf e Willie Dixon, que fizeram parte da importante gravadora Cadilac. Documentário é o que não falta para quem quer ficar 'craque' dentro do Blues; a série The Blues, dirigido e roteirizado por Martin Scorsese, é um deles. O filme A Alma de um Homem - de Wim Wenders -, aborda os primeiros nomes do estilo: Skip James, Blind Willie Johnson e J.B. Lenoir.
Por Gabriel Arruda da Silva
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